Senhoras e senhores, nobres desbravadores de Conquistas! Hoje venho até vocês para apresentar uma nova coluna que vai rolar no nosso blog favorito de todo o mundo chamada “Que danado é isso?”.
O objetivo dessa nova coluna é trazer termos, técnicos ou não, comumente confundidos ou usados erroneamente por nós jogadores de fim de semana e que envolvam o mundo dos games em geral e explicar seu significado da forma mais amigável possível. Assim, esses textos podem servir como guia tanto para tirar aquela dúvida de última hora durante um bate-papo quanto pra explicar certos conceitos do nosso hobby favorito pra quem não tem tanto costume de jogar videogame.
E para começar, nada como falar sobre um tema muito debatido em nosso meio e que acaba trazendo muita confusão a cabeça de muitos de nós jogadores. Afinal, o que são remakes, remasters e reboots de jogos?
Remake, remaster e reboot: o que são?
Remake em uma tradução literal nada mais é do que refazer algo. Isso ocorre em diversos meios do mercado de cultura pop, sendo o cinema o mais emblemático deles (especialmente hoje em dia com versões novas de filmes clássicos saindo o tempo todo).
No mundo dos games isso também acontece, às vezes com muita qualidade na produção e no resultado final – como foi feito no remake do primeiro Resident Evil, quando foi lançado para o GameCube. Mas nem sempre eles acertam na hora de fazer remakes de jogos clássicos: existem exemplos que não foram muito felizes como foi o caso do Turtles in Time: Reshelled (que ficou bem sem graça em comparação com o clássico beat-em up dos Arcades e do SNES) e de Conker: Live and Reloaded (que teve diversos trechos da versão original Bad Fur Day do Nintendo 64 censurados).
Então, basicamente, é você pegar algum jogo mais antigo e reconstruí-lo em cima de uma nova engine, com gráficos e jogabilidade atualizados para a plataforma que o receberá, além de novos elementos dentro do jogo com intuito de oferecer um conteúdo renovado e surpreender os saudosistas.
Já a remasterização ou remaster é a arte de trazer um clássico para plataformas mais novas, mas sem alterar em nada elementos como jogabilidade e enredo. Normalmente apenas a qualidade gráfica é melhorada para funcionar corretamente nos padrões de imagem à época de produção da versão, mas nada impede que algumas mecânicas de jogo sejam levemente adaptadas para se tornar mais amigáveis para um novo público. Sem segredo também.
A maior diferença disso para um remake é a essência do jogo que não é alterada, inclusive bugs clássicos acabam permanecendo nessas remasterizações para manter o charme desses jogos.
Também conhecidos como edições remastered ou HD, esse tipo de jogo tem belos exemplos de títulos bem portados sem perder sua a sua originalidade que os transformaram em grandes clássicos. Grim Fandango, Duck Tales Remastered e Mega Man Legacy Collection são três ótimos exemplos de remasterizações.
Querem ver outro exemplo curioso? Basta lembrar que o remake de Resident Evil para GameCube recebeu uma significativa melhora anos mais tarde, tendo sido recentemente remasterizado para os consoles Xbox 360/XONE, PS3/PS4 e para os PCs atuais. É um exemplo de algo pouco comum na indústria, o “remaster de remake”: jogo que foi totalmente transformado para uma nova geração de videogames e que posteriormente sofreu mais algumas alterações e melhorias.
Agora nós temos o grande vilão desses termos, os famosos reboots. Facilmente confundidos com os remakes – né Giancarlo??? [Nota do Gian: num sei do que você tá falando! =P]
Quem conhece um pouco do campo da tecnologia da informação sabe que esse é um termo usado para reiniciar algum sistema ou restaurar as definições de fábrica de algum dispositivo. Mas no contexto dos games um reboot é quando você pega uma franquia que já possui uma determinada vida em curso e muitos jogos passados, mas acabam ficando um pouco datados demais.
Então as produtoras resolvem dar um grande “restaurar” na franquia, recomeçando tudo: enredos, visual, características marcantes, e trazendo uma roupagem mais atual, com enfoque em algo que esteja mais na moda – vide o belo reboot de Tomb Raider e a experiência entre o stealth e o survivor tão em alta nos últimos anos -, ou revivendo grandes experiências passadas – como a EA Games e o reboot de Need for Speed que tentará trazer tudo o que há de melhor na franquia, com o estilo de personalização consagrado na série Underground.
Reboots podem dar muito certo quando bem pensados ou podem ser o decreto de falência de algumas empresas caso seja feito as pressas e sem um bom estudo de mercado antes.
Mas Sayron, tem também esse tal de spin-off, o que é?
Isso é como você pegar a história principal e puxar uma historinha paralela a ela e lançar um jogo novo em cima dessa historinha. Pronto! Você tem um spin-off!! Talvez o maior exemplo de fabricante de spin-offs no mundo dos games seja a série Halo do Xisboca, que além dos jogos da série principal com o Master Chief, temos 1.243.658 outros jogos paralelos a ele.
Nada contra os spin-offs, mas é uma das formas de se ganhar dinheiro no universo gamer que mais abomino, pois normalmente levam em conta quantidade e não qualidade, depreciando a imagem de grandes jogos e fazendo com que fanboys desesperados por comprar jogos das suas franquias favoritas se digladiem para ter em mãos a última versão do jogo com aquele personagem que aparece duas vezes na história principal do terceiro jogo. Normalmente são irrelevantes para o enredo da franquia e spin-offs podem ser facilmente supridos com os também detestáveis DLC’s, com a diferença que em um DLC para consoles podemos pagar de 20 a 50 reais, enquanto spin-off que se tornou um jogo novo vem na faixa de 150 e 200 reais.
Como os spin-offs de jogos são mais voltados para dar uma nova direção ao enredo de uma franquia, tem muito mais coisa que podemos falar sobre eles. Então voltarei a esse assunto em um post futuro pra falar um pouco mais, mas basicamente é isso.
Mas por que é importante saber essas coisas?
Simples: para você não comprar gato por lebre como eu fiz uma vez.
Já pensou, você vê aquele lançamento fantástico na prateleira, nele está escrito Remastered ou HD, mas ninguém vai te explicar o que aquilo significa, e você o pega achando que é o último lançamento pra geração mais top do verão dos consoles ou de PC, pois você, em algum momento ouviu falar que havia um novo jogo da franquia em desenvolvimento. Você compra e ao chegar em casa cheio de vontade de jogar e explorar aquele novo universo e descobrir que aquilo que você gastou uma nota é um jogo com uma cara um pouco melhor do que a geração anterior.
Por favor né?
Ou pior, você comprar um jogo da série Halo, porque você é fã do Master Chief e NÃO TER O MASTER CHIEF…
E isso são só algumas situações embaraçosas que o desconhecimento desses termos causam.
Mas hoje eu fico por aqui. Deem suas sugestões de termos ou jargões do mundo dos games que queiram saber um pouco mais nos comentários que vamos reunindo e trazendo pra vocês na nossa nova coluna que – pretendo quem sabe possivelmente – torná-lo semanal.