Campus Party Natal e o brilho dos indies potiguares

A segunda semana de abril foi uma semana extremamente marcante para a cidade do Natal. Pela primeira vez a Campus Party veio para esta cidade e trouxe uma infinidade de atrações, palestras, atividades e oportunidades.

Durante os 5 dias do evento profissionais, entusiastas, estudantes, empresas e organizações se reuniram no Centro de Convenções de Natal, para celebrar a cultura digital e absorver conhecimento sobre ciência, tecnologia, empreendedorismo, games e desenvolvimento de games e muito mais!

Obviamente, por mais que nós não estejamos mais tão ativos quanto antes aqui no Conquista, não podíamos deixar passar a chance de cobrir um evento de tal magnitude, não é mesmo? Assim sendo, em parceria com o site de cultura pop Suco de Mangá, fizemos uma cobertura com tudo que rolou de mais bacana na primeira edição norte riograndense da maior experiência tecnológica do mundo!

PONG: a força potiguar na indústria de games

Quem também não perdeu tempo em prestigiar a Campus Party foram os guerreiros da comunidade norte riograndense de desenvolvimento de jogos, o PONG – Potiguar Indie Games! Em quase todos os dias do evento, o pessoal do PONG promoveu palestras, workshops e até mesmo uma game jam para dividir suas experiências, compartilhar conhecimento e incentivar os visitantes a conhecer esta promissora carreira profissional e, quem sabe, criar seus próprios jogos!

Rolou muita, mas muita coisa MESMO, no espaço do PONG, tendo sido humanamente impossível acompanhar e cobrir tudo. Então vamos mostrar a seguir algumas palestras que curtimos e que, para nós, foram grandes destaques e chamaram bastante atenção.

Para começar, Maximiliano Guerra, do Massive Work Studio, nos contou em sua palestra como está sendo o desenvolvimento do jogo Dolmen. Tendo iniciado recentemente sua campanha de financiamento no Kickstarter, Dolmen é uma nova aventura que mistura a já consagrada jogabilidade dos games da série Souls com uma ambientação totalmente diferente, inspirada na ficção científica e no horror espacial.

Maximiliano explicou com riqueza de detalhes como está sendo o processo de criação do Dolmen, esmiuçando todos os passos da criação do jogo, desde a concepção e amadurecimento da ideia, passando pela prototipagem de um produto mínimo viável e a demonstração do jogo para beta testers, com o objetivo de coletar feedback e melhorar a qualidade do produto final.

Também foram demonstradas algumas mecânicas novas que estão sendo implementadas em Dolmen, como por exemplo as características de platformer 3D. O grande destaque aqui é o seu sistema de pulo, que se adaptará ao equipamento e armadura usados pelo protagonista do jogo.

  • Apresentação de slides da palestra: EM BREVE.

Outra palestra que acompanhamos e curtimos bastante foi a apresentada por Ricardo Luiz, do estúdio Pippin Games, sobre o desenvolvimento do game Kawaii Deathu Desu.

Ricardo apresentou seu jogo, fruto de um projeto criado durante uma edição da 365 Indie Game Jam e que está se tornando um jogo comercial completo. Inspirado no jogo One Finger Death Punch, Kawaii Deathu Desu traz uma temática inspirada nos animes, nas Idols, na música J-Pop e na cultura oriental em geral.

Nessa mesma palestra, também tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da história da Pippin Games e conhecemos também um pouco do processo de criação do KDD, além de ver artes conceituais, sprites animados e cenários de fundo que foram criados para compor a arte deste projeto.

Vale lembrar que Kawaii Deathu Desu tem uma demonstração disponível no site GameJolt. Acesse e experimente!

Francisco Narto Pereira Junior, um dos organizadores do PONG, também deu sua própria palestra! Aqui ele nos mostrou os benefícios da realização de game jams e atividades relacionadas para atrair e incentivar a participação de aspirantes a criadores de jogos e entusiastas da área, bem como fomentar o desenvolvimento da indústria de games no Rio Grande do Norte, que até poucos anos atrás não tinha tradição nesse meio.

O PONG existe desde 2014 (e é uma das grandes iniciativas locais de estímulo ao desenvolvimento de jogos no RN. Além de promover reuniões periódicas, game jams internas, eventos de menor porte e várias outras atividades ao longo do ano, seus organizadores promovem todos os anos a edição potiguar da Global Game Jam, maratona mundial de gamedev cujo objetivo é criar um jogo em apenas 48 horas – e que o Conquista acompanha quase todos os anos.

Com essa grande experiência em mãos, Narto demonstra estudos de caso, estatísticas e dados de como a realização anual da Global Game Jam e de demais atividades promovidas pelo PONG fortaleceu a comunidade de desenvolvedores de jogos do RN e fomentou a indústria local neste setor, o que possibilitou inclusive o nascimento de grandes projetos como os games citados aqui neste texto.

Meninas Também Jogam: a importância de estimular a diversidade na comunidade gamer

Uma das nossas mais antigas parceiras, a Tainá Medeiros, também marcou presença promovendo atividades através de seu grupo de estudos sobre gamedev, o Meninas Também Jogam.

Sua palestra mostrou o forte crescimento do público gamer feminino (atualmente a maioria do público gamer brasileiro, com mais de 56% de participação), bem como explicou a importância de desmistificarmos o mito de que as mulheres “não jogam videogame” ou de que “só jogam jogos fofinhos” e as considerarmos como publico válido e digno de respeito no desenvolvimento de jogos, na comunidade gamer e na indústria como um todo.

Além disso, Tainá mostrou um pouco de como é o caminho das pedras para quem deseja entrar nesse disputado e aquecido mercado: ela detalhou um pouco do processo de se criar um jogo, como as empresas de desenvolvimento funcionam e se organizam, explanou as funções, tarefas e atribuições dos profissionais envolvidos na criação de um jogo digital e mostrou o quão multidisciplinar o ofício de desenvolvimento de jogos digitais pode ser.

Por fim, Tainá apresentou seu grupo de estudos e projeto de fomento, o Meninas Também Jogam, que visa oferecer cursos e material de estudo, bem como estimula o interesse e a entrada de novas garotas na indústria de jogos digitais.

***

A chegada da Campus Party à minha cidade foi um evento sem precedentes e, ao menos para mim, superou todas as expectativas! Eu já havia ido uma vez à Campus Party de São Paulo no ano de 2013 e fiquei maravilhado com o mundo de conhecimento que transbordava de cada palestra, workshop, oficina e atividade que rolava por lá. E agora posso dizer sem sombra de dúvidas que, apesar do menor espaço físico (muito bem aproveitado, por sinal), a Campus Party Natal não deveu em absolutamente nada às edições de maior porte que ocorrem no restante do Brasil.

Também fiquei muito feliz pela grande visibilidade proporcionada pela Campus Party a profissionais extremamente talentosos, não só da área de games, mas de todas as áreas, que lutam e ralam para serem bem-sucedidos na Região Nordeste. Sem dúvida a Campus Party Natal foi uma experiência enriquecedora para todos os presentes, incluindo este que vos escreve.

Ano que vem tem mais. E eu mal posso esperar!

A cobertura da Campus Party Natal 2018 foi possível graças à grande ajuda do site de cultura pop Suco de Mangá. O site tem muita coisa bacana, especialmente para os fãs de anime, mangá, k-pop e cosplay, sempre trazendo muitas novidades pra quem curte esse fascinante mundo.

Sigam este link para conferir o restante da cobertura da Campus Party Natal 2018, com mais artigos sobre as atrações que rolaram, incluindo uma entrevista exclusiva com o astronauta brasileiro Marcos Pontes! E não deixem de prestigiar todo o conteúdo do Suco de Mangá. 😉

TwitterFacebookInstagramYouTube

3 comentários em “Campus Party Natal e o brilho dos indies potiguares”

Comentários encerrados.