Como se não bastassem os problemas sociopolíticos que estão ocorrendo em todo o mundo nos últimos anos, uma nova doença surgiu e começou a se espalhar rapidamente, causando milhares de mortes e abalando ainda mais a economia e a política mundiais. Preocupados com a saúde da população e visando o efetivo combate ao COVID-19, autoridades e organizações estão tomando diversas medidas para evitar que o novo coronavírus – que acaba de ser classificado como pandemia pela Organização Mundial da Saúde – se espalhe ainda mais.
A indústria de games também está se mexendo neste sentido: além do possível adiamento dos lançamentos do PlayStation 5 e Xbox Series X por parte das grandes fabricantes de consoles, empresas do setor estão liberando seus funcionários para trabalhar remotamente, em regime de home-office.
Outra grande movimentação que está sendo feita na indústria diz respeito aos eventos de games. Recentemente os organizadores da GDC (Game Developers Conference) resolveram adiar o evento, que até então estava marcado para entre 16 e 20 de março e agora será realizado em algum momento do verão estadunidense. Agora foi a vez da ESA (Electronic Software Association) que, após fortes rumores ecoarem durante a noite de ontem, confirmou o cancelamento da edição 2020 da E3 (Electronic Entertainment Expo).
A preocupação em todos esses casos é a mesma: evitar a possibilidade de aumento no número de infectados com o COVID-19, já que esses eventos de grande porte atraem grandes aglomerados de pessoas em lugares fechados – ambiente propício para a disseminação do vírus.
Muito mais do que um mero transtorno
Para nós que costumamos acompanhar esses grandes eventos do conforto dos nossos lares, isso pode significar tão somente uma mudança na rotina de acompanhamento das conferências: a Microsoft já preparou um evento próprio para divulgar tudo que seria divulgado na GDC e Phil Spencer já avisou que transmitirá via streaming tudo que seria divulgado durante a E3 2020.
A Ubisoft divulgou que fará a mesma coisa durante o período em que a E3 seria realizada e a tendência é que todas as outras empresas participantes também acabem realizando streamings estilo “Direct” para divulgar seus produtos, serviços e novidades como de costume (sem falar na Sony e na Nintendo, que já iriam fazer isso de qualquer forma).
Mas o COVID-19 trouxe consequências muito maiores do que se imagina quando estamos do lado de cá, acompanhando tudo de longe. O oba oba das conferências e anúncios mega chamativos que gostamos de acompanhar todos os anos é apenas uma parte do que temos acesso nesse tipo de evento.
Para ficar nos dois exemplos de eventos que citamos neste texto, a GDC é um evento para desenvolvedores e a E3 é um evento de negócios. Ambas são grandes oportunidades para desenvolvedores e estúdios independentes, pequenas e médias empresas do segmento e demais entidades compartilharem experiências, apresentarem seus projetos a publishers, expandirem seu networking e possivelmente fecharem negócios e viabilizarem seus trabalhos.
Quando eventos como esses deixam de acontecer, toda essa galera fica prejudicada e precisa se virar nos 30 para tentar fechar o ano no azul – sem falar nas próprias organizações dos eventos, que amargam um ano inteiro de prejuízo.
Apesar de tudo isso, penso que essa foi a decisão mais acertada possível vinda dessas organizações. Ao contrário do que isso que chamam de Presidente da República quer nos fazer acreditar, O COVID-19 é uma ameaça real, capaz de fazer a China e a Itália se fecharem para tentar conter o contágio e que mata mais e mais pessoas dia após dia. Portanto, qualquer iniciativa para combater o novo coronavírus é extremamente válida, para evitar uma catástrofe ainda maior.
E os eventos no Brasil?
Espera-se que a indústria local também esteja de olho nos acontecimentos e também tome medidas para evitar que o COVID-19 se espalhe ainda mais em nosso país.
Como sugere um tweet do perfil oficial, a organização do BGS (Brasil Game Show), que ocorrerá em outubro deste ano, está contando com a eficiência das autoridades da saúde e com o fato de ser realizado perto do fim do ano para poder realizar seu evento dentro da normalidade.
Talvez a organização do SBGames (Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital) também assuma um posicionamento otimista, também dado o fato de que tal evento costuma ser realizado no mês de outubro. Já os responsáveis pelo BIG Festival (Brazil’s Independent Games Festival), que será realizado mais cedo, no mês de julho, talvez precisem se preocupar mais e tomar precauções visando prevenção contra o COVID-19 – isso se não resolverem adiar o evento para uma data posterior.
Até o momento em que este texto foi publicado, somente a organização da BGS se pronunciou a esse respeito, como visto acima. Quem se interessar por esse e pelos outros eventos nacionais precisa ficar de olho para o caso de surgirem novas informações.
Todo cuidado é pouco
Esse é apenas um pouco do panorama geral das consequências da pandemia de COVID-19 na indústria de games nacional e internacional. Vamos torcer para que a humanidade supere mais este grande problema e, enquanto isso, fazer nossa parte para impedir o avanço do novo coronavírus.
O cientista e pesquisador Átila Iamarino está divulgando informações valiosas sobre o coronavírus em seu perfil no Twitter e em seu canal no Telegram. Com notória e vasta experiência e conhecimento em virologia, Átila vem se mostrando como uma excelente fonte de informações confiáveis sobre essa doença e também publicou um artigo – constantemente atualizado com textos científicos – sobre o coronavírus em seu site Rainha Vermelha.
O Ministério da Saúde também disponibilizou um portal com informações sobre prevenção e cuidados a serem tomados para evitar contaminação, além de fornecer canais de comunicação para notificação de suspeitas de casos.
Segue também uma lista de podcasts com informações sobre como o COVID-19 se comporta no ambiente e com dicas e instruções de como se proteger da maneira correta contra essa doença: